terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Chris Anderson e o "futuro dos preços"


No livro Free: O futuro dos preços, Chris Anderson traz a discussão da inserção do Grátis num novo modelo econômico que vai se moldando no século XXI. Não é necessário ressaltar as proporções da importância do uso de novas tecnologias nas empresas que concorrem no mercado moderno. O foco agora é analisar a forma de pensar empreendedorísticamente nesse contexto. E a forma mais viável de equilibrar boa reputação/repercussão a boas somas em dinheiro é usar do Grátis em seus negócios.

“Dar muitas coisas para ganhar dinheiro com algumas poucas” é o pensamento de empresas como o Google, que oferece tantas ferramentas – dentre elas editor de textos e planilhas, o Google Maps, Earth, Books, caixa de emails e muitos outros – gratuitamente, para ganhar dinheiro – e dinheiro muito – simplesmente com o sistema AdWords de venda de espaço para anúncios relacionados a determinadas palavras buscadas. Elaborar uma estratégia de cativar o público, de criar o que ele deseja utilizar, deve vir a frente mesmo de monetizar o produto, afinal de contas, o dinheiro só vem se interessar a alguém adquiri-lo.

Na Cultura do Grátis, algumas empresas oferecem serviços/produtos sem custo algum como uma forma de testar ideias novas, e, indo além, existem outras que utilizam o Grátis não como um passo intermediário para consolidação de um modelo próprio de negócio, mas como “a essência de sua filosofia de produto”. De novo o Google: é com a gratuidade de suas ferramentas e do acesso à informação que a empresa ganha dinheiro.

Diante do quadro global de redução de custos, proveniente do compartilhamento P2P e inovações tecnológicas, dar ênfase ao Grátis pode representar a melhor forma de “atingir o maior mercado possível”, desde que se consiga atravessar seu maior obstáculo: como converter toda a boa reputação em dinheiro. Distribuir o serviço sem custo em vários nichos de atenção do consumidor e/ou atrelá-lo a produtos complementares – que tendem a ser consumidos juntos – são opções de estratégias de maximização de mercado consumidor e, ao mesmo tempo, lucrar com o grátis. Mas um ponto interessante que o autor toca é que conseguir ganhar dinheiro usando o grátis como aliado não é tão simples como o Google faz parecer ser. Se não parar e analisar suas posições e possibilidades após criar um público sólido, a empresa tende a estacionar como simples – porém ampla – distribuidora de produtos por compartilhamento, não um negócio que gera dinheiro.

Trabalhar com o Grátis, principalmente na Internet, é enxergar possibilidades de lidar com números enormes de quantidade e variedade de públicos, o que se deve fazer é ver que eles têm necessidades específicas a serem atendidas. O impacto econômico mais evidente está na “transformação de indústrias de bilhões de dólares em indústrias de milhões de dólares”: o Grátis inegavelmente reduz o retorno financeiro, porém aumenta em muito valores que não se mensuravam no antigo modelo econômico – como o conhecimento coletivo, a participação. Ou seja, a riqueza das antigas empresas “analógicas” não simplesmente desaparece, mas é redistribuída e ganha novos valores, que não apenas o financeiro. As novas empresas tomam consciência disso, adotam estratégias para dar para as pessoas o que elas querem e lidam com um modelo mais monetarizado de negócios só quando precisam.

Mas então vem a ideia do paradoxo do Grátis. No mercado tradicional, as possibilidades de concorrência com empresas de grande porte era bem difícil, por serem mercados segmentados por preço e qualidade. Já no modelo econômico da largura de banda, da Internet, do Grátis, apesar da maior diversidade de produtos, porém pouca diversidade de preços, o mercado tende a ser do tipo “o vencedor leva tudo”. É como se as barreiras de participação do mundo dos negócios fosse bem baixa, mas, para prosperar – no sentido de ficar bilionário como os criadores do Google –, ainda se fazem necessárias estratégias bem definidas para “monetizar o desmonetizado”, sem, contudo, comprometer todo mercado do Grátis – isto é, sem o objetivo de “quebrar” as outras empresas – que é bem mais interligado e interdependente que o antigo.

Chris Anderson, em Free, faz um apanhado sobre os efeitos do Grátis na economia moderna nos faz enxergar a influência de tal estratégia mercadológica inédita e ainda polêmica, mas que vai tomando forma e se difundindo rapidamente na vida dos produtores/consumidores da Era digital.

Um comentário:

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